Untitled# .1981
2016

Corpos que se enleiam em tédio, num jogo constante de poder e pudor.

A fragilidade é exposta numa dança trôpega que denuncia vícios – pela produção de sons orgânicos e a indecisão entre o vestir e o despir.

Untitled# .1981 oferece apatia sexual a um público voyer.

Sendo a génese desta peça o trabalho Centerfolds de Cindy Sherman, a relação entre ambas deseja-se menos formalista, ou comungando de dimensão visual, procura-se antes construir nos meandros do conceito da fotografia a espinha dorsal da peça. Uma relação que acentua a cumplicidade com o que Hal Foster compreende como sujeitos femininos autovigiados, que embrenhados na dinâmica do espectáculo se interrompem, e posam revelando a acentuada vulnerabilidade de quem constata - eu não sou quem imaginava ser. Nesse sentido a proposta de alienação psicológica que se subentende na expressão das figuras femininas de Sherman é sobretudo o retrato da fenda entre o real e o imaginado. Um confronto que denuncia a não coincidência entre mundos: o que se impõe pelas indústrias da moda, e aquele que o contrapõe - o efectivo, o vivido. Nesse sentido, entende-se a fotografia de Sherman menos pelo momento solene de congelamento de um instante que resulta em imagem, mas essencialmente pela atitude performativa que lhe é subjacente. Uma atitude que se pretende estendida, para além das páginas centrais, reconectada com a experiência vivida, com o momento presente. Uma proposta que, resgatando a sua intenção, procura o desvinculamento da circunscrita imobilidade da fotografia e que se faz algo diferente, se constrói integralmente performance. Uma proposta que se quer em divergência, liberta do seu referente.

Untitled# .1981
2016

Corpos que se enleiam em tédio, num jogo constante de poder e pudor.

A fragilidade é exposta numa dança trôpega que denuncia vícios – pela produção de sons orgânicos e a indecisão entre o vestir e o despir.

Untitled# .1981 oferece apatia sexual a um público voyer.

Sendo a génese desta peça o trabalho Centerfolds de Cindy Sherman, a relação entre ambas deseja-se menos formalista, ou comungando de dimensão visual, procura-se antes construir nos meandros do conceito da fotografia a espinha dorsal da peça. Uma relação que acentua a cumplicidade com o que Hal Foster compreende como sujeitos femininos autovigiados, que embrenhados na dinâmica do espectáculo se interrompem, e posam revelando a acentuada vulnerabilidade de quem constata - eu não sou quem imaginava ser. Nesse sentido a proposta de alienação psicológica que se subentende na expressão das figuras femininas de Sherman é sobretudo o retrato da fenda entre o real e o imaginado. Um confronto que denuncia a não coincidência entre mundos: o que se impõe pelas indústrias da moda, e aquele que o contrapõe - o efectivo, o vivido. Nesse sentido, entende-se a fotografia de Sherman menos pelo momento solene de congelamento de um instante que resulta em imagem, mas essencialmente pela atitude performativa que lhe é subjacente. Uma atitude que se pretende estendida, para além das páginas centrais, reconectada com a experiência vivida, com o momento presente. Uma proposta que, resgatando a sua intenção, procura o desvinculamento da circunscrita imobilidade da fotografia e que se faz algo diferente, se constrói integralmente performance. Uma proposta que se quer em divergência, liberta do seu referente.

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Conceito e Criação: Helena Oliveira

Intérpretes: Helena Oliveira e João Dias

Apoio à dramaturgia: Tânia Cortez

Coaching: Victor Hugo Pontes

Música: Álbum Minimalist – Dave Heath, John Adams, Philip Glass, Steve Reich

Desenho de luz: Helena Oliveira e João Dias

Figurinos: Helena Oliveira e João Dias

Cenografia: Helena Oliveira e João Dias

Fotografia: Hugo Rocha

Vídeo: Juliana Constantino

Apoio: Companhia Instável

Duração: 30 minutos 

Estreia: Palcos Instáveis – Sala-Estúdio do Teatro do Campo Alegre, Porto, 2013